As fraturas da clavícula são as fraturas mais comuns do ombro, e correspondem a cerca de 2 a 3% de todas as fraturas. A maior parte das fraturas da clavícula acontece no momento em que ocorre uma queda com trauma no ombro. Acomete principalmente homens jovens com idade abaixo de 20 anos. A maioria (80-85%) das fraturas da clavícula ocorrem no terço médio.
Anatomia
A clavícula fica entre a caixa torácica e a escápula. É o osso que conecta o braço ao corpo.
Causa
A causa mais comum é a queda com trauma no ombro (acidente de carro, moto e prática de atividade esportiva) ou o trauma direito na clavícula. Em um bebê, uma fratura de clavícula pode acontecer no nascimento, durante o parto.
Sintomas
A fratura da clavícula pode ser bastante dolorosa e prejudicar a movimentação do braço. Outros sinais e sintomas de uma fratura podem incluir:
· Incapacidade de levantar o braço por causa da dor
· Crepitação ao tenta levantar o braço
· Deformidade na região da clavícula
Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela história de queda, o exame físico com dor, inchaço, crepitação na região da clavícula.
O exame inicial que deve ser realizado é uma radiografia. A tomografia computadorizada normalmente não é necessária, sendo realizada em casos complexos ou fraturas da região medial.
Tratamento
Tratamento não cirúrgico
Se as extremidades da fratura não tiverem desviado de lugar, pode ser que o paciente não precise de cirurgia.
O tratamento não cirúrgico geralmente é feito com o uso de tipoia ou imobilizador tipo ‘8’, por um período de aproximadamente 4 a 6 semanas. Não existe evidência de que um tipo de imobilização é melhor que o outro.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico é a opção para as fraturas desviadas ou para o paciente que deseja uma movimentação precoce do braço. A cirurgia consiste no alinhamento da fratura e fixação com materiais de síntese (placas e parafusos ou hastes intramedulares)
Nos estudos mais recentes tem-se cada vez mais optado pelo tratamento cirúrgico, uma vez que a taxa de não consolidação (pseudoartrose), gira em torno de 15% com o tratamento conservador, principalmente nas fraturas com desvio ou encurtamento maior que 2 cm, cominuição, fraturas em “Z” e eminência de exposição.
Atualmente outra indicação de tratamento cirúrgico é a necessidade do rápido retorno ao trabalho/esporte de acordo com o trabalho exercido por cada paciente.
Complicações
As complicações podem ocorrer tanto no tratamento conservador quanto no cirúrgico. Não consolidação da fratura (pseudoartrose), diminuição da sensibilidade inferior a incisão, lesão neurovascular, infecção, problemas de cicatrização da ferida e rigidez do ombro.
Pós-operatório:
Manter tipóia por 2-4 semanas.
Movimentos pendulares quando tolerados.
Alongamento e fortalecimento após 4 semanas.
Pergunta: Sempre é necessário retirar a placa?
Normalmente retiramos o implante somente se ocorrer algum tipo de complicação, como infecção, lesão neurovascular ou se o implante gerar algum incômodo na pele. O ideal é esperar pelo menos de 1-2 anos para diminuir o risco de re-fratura.
Pergunta: Tenho uma pseudartrose da clavícula. É preciso operar?
A grande maioria das pseudartroses (não consolidação da fratura) geralmente são indolorores, não geram desconforto, perda de movimentação ou força. Se não gerar qualquer incômodo para o paciente não é necessário operar. Caso contrário pode ser optado pela cirurgia. Em alguns casos é necessário o uso de algum tipo de enxerto ósseo.
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